terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Suor e Sangue na Ultramaratona das Montanhas

Acredito que peguei pesado na escolha do título da postagem, mas, "Suor e Sangue" foi tão somente o nome escolhido pela dupla Wilson Bomfim e Dionisio Silvestre, da Equipe Bsb Parque - Brasília/DF, por ocasião da Ultramaratona das Montanhas - BR 135, edição 2014, que foi disputada na distância de 135 milhas, ou seja, 217 Kms, percorrendo o caminho da fé na Serra da Mantiqueira, pelas estradas de terra e asfalto, que ligam a cidade de São João da Boa Vista no Estado de São Paulo à cidade de Paraisópolis no Estado de Minas Gerais.

A tradicional "Ultramaratona das Montanhas", que em 2014, celebrou uma década de existência, foi disputada entre os dias 17 e 19 de janeiro de 2014.

Estavam presentes 220 atletas, de 17 nacionalidades: Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Costa Rica, Chile, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Guiana, Índia, Sérvia e Uruguai.

As categorias disputadas foram: BR 135 - Solo com 130 atletas; BR 217 - 15 Duplas = 30 atletas; 04 Trios = 12 atletas e 12 Quartetos = 48 atletas.

Comentei na postagem do ano passado que para participar desta prova é necessário ter um "curriculum esportivo robusto", de forma que você deve conhecer o caminho da fé, bem como, possuir experiências em ultramaratonas que o credenciem e assegurem a sua efetiva participação no desafio.


Para 2014, os critérios de qualificação foram flexibilizados, tendo em conta a intenção da Comissão Organizadora da Prova, sob a Coordenação do "incansável Comandante Mário Lacerda", no sentido de reunir o maior número possível de ultramaratonistas, para a comemoração, em grande estilo, dos 10 anos da BR 135.

Era a oportunidade que eu precisava, aceitei o convite do meu amigo e mestre Wilson Bonfim para compor uma dupla.

A partir do mês de junho de 2013, foram sendo divulgados os critérios de qualificação para os atletas que pretendiam participar deste evento especial. Apesar da intenção de muitos amigos corredores, nem todos foram aceitos pela Comissão Organizadora.


A perspectiva inicial da prova era das mais alvissareiras possíveis. Nos bastidores, havia notícias que a disputa da categoria solo seria muito acirrada.


Essas notícias foram confirmadas quando da divulgação da relação de aceitos no mês de outubro passado, destacando-se os atletas: Adilson José Pereira (Ligeirinho), Campeão da BR 135 nos anos de 2008 e 2009; Kurt Lindermuller, Costa Rica, Campeão da BR 135 no ano de 2011; Eduardo Silvério Calisto, Brasil, Campeão da BR 135 nos anos de 2012 e 2013; e Oswaldo Lopes, México, Campeão da Badwater nos anos de 2010 e 2011.

Não menos importante, nossa dupla Suor e Sangue - Equipe Bsb Parque, foi aceita para participar do evento, de forma que iríamos compartilhar o caminho da fé com outros corredores de Brasília - DF, quais sejam:

Na Categoria Solo: Samuel Toledo (Bsb Parque), Ornaldo Fernandes Lima (Só Canelas), Fábio Rodrigo Machado (Ultras do Cerrado) e Rodrigo Pereira Reinaldo de Souza (Ultras do Cerrado).

Na Categoria Dupla: Nelson da Silva Junior e Vagner Mercadante Junior (Ultras do Cerrado).

Na Categoria Trios: Jorge Paes Coentro, Paulo Rodrigo da Silva Guimarães e Marcelo Joffily França (Ultra dos Cerrado).

No ano passado, pela primeira oportunidade, respirei a atmosfera da prova na condição de equipe de apoio do meu amigo Wilson Bonfim e logo que retornei a Brasília, redigi e postei o relato "A Ultramaratona das Montanhas - BR 135".

Para este ano, cogitei agregar imagens da prova, fatos pitorescos, dicas e informações que nosso grupo de corredores de Brasília julgassem interessantes em divulgar.


Idealizei também, a Seção "Eu estava lá", que reunirá imagens capturadas pelo nosso fotógrafo de plantão, que nesta oportunidade foi o amigo João Costa. Vale a pena conferir, ela estará logo após a conclusão do relato.

De toda a sorte, resolvi propor aos amigos das Equipes Ultras do Cerrado, Só Canelas e Bsb Parque, o desafio para que eles construíssem textos e imagens, para posterior junção, levando-se em conta os marcos (Kms) e as cidades do caminho da fé.


O resultado prático disto seria a construção e postagem de um relato coletivo, no Blog Correr é Pura Paixão, permitindo ao leitor visitante, a noção do ambiente de camaradagem, de companheirismo e os diferentes níveis de participação na prova, nas categorias solo, duplas e trios.



Almoço com os atletas e Pré Race Meeting
Pois bem, para facilitar a compreensão do leitor, a narrativa levará em conta as cidades ao longo do percurso, de forma idêntica ao que foi utilizado no ano de 2013.

Na véspera da prova, quinta-feira, a galera de Brasília deslocou-se até a Sociedade Esportiva São Joanense, que fica no Largo Emanuel Barbeito, para identificação e entrega das "drop bags", entrega de documentos, BIBs, bem como, participar do almoço que foi oferecido pelo Prefeito da cidade de São João da Boa Vista, e a seguir, participar do "Pré Race Meeting".

São João da Boa Vista - Km 0

Na sexta-feira, 17 de janeiro de 2014, a Praça Coronel Joaquim José em São João da Boa Vista, amanheceu multicolorida, aproximava-se o momento da largada da 10ª Edição da BR 135 - A Ultramaratona das Montanhas.

Esq/Dir. - Silvestre, Bomfim, Samuel, Fernandes, Rodrigo, Fábio, Marcelo, Nelson
Aquele frio na barriga, que era característica das primeiras corridas em 2007, havia retornado avassalador, eu tentava disfarçar, mas não tinha jeito, era evidente a minha euforia de correr pela primeira oportunidade a BR 135.

Naquele ambiente de confraternização, a largada da prova deu-se às 08:00h, a dupla "Suor e Sangue" e mais uma legião de corredores, começavam a percorrer os 217 Kms da prova, ou seja, parte do caminho da fé. A imagem abaixo foi compilada do Jornal "O Município", edição do sábado, 18.01.2014.
Jornal "O Município", edição do sábado, 18.01.2014.
Aos poucos, o clima de comemoração foi cedendo espaço para uma atmosfera de extrema concentração e absoluta determinação. Os primeiros Kms são corridos dentro da cidade de São João da Boa Vista e a seguir, em um trecho de estrada de asfalto. Dali para frente, serão estradas de terra batida e muito pouco asfalto.

Estrategicamente, com 4 Km de prova, fizemos a primeira substituição, Wilson Bomfim iria descansar no carro de apoio, enquanto eu correria os 6 Kms seguintes. 

Naquele momento, uma garoa paulistana começava a cair, porém, por pouco tempo.
Ari (a frente), Terry Sentinela, Seatle, USA (amarelo) e Silvestre (azul)
A segunda substituição deu-se por volta do Km 10 - tendo em conta que dali pra frente não seria possível ao carro de apoio, acompanhar o atleta no restante do percurso até a cidade de Águas da Prata.

Esse trecho tem uma característica muito peculiar, os atletas entram em uma floresta.

Em verdade, trata-se de uma trilha estreita e extremamente escorregadia. Embora não tenha chovido no dia anterior, aquele trecho é sempre complicado, por conta da umidade natural da vegetação densa.
Olha o garotinho aí gente!!!
Após correr o meu primeiro trecho de 6 Km, fui refletindo como a sabedoria divina nos fez únicos. Vou explicar!!! enquanto alguns corredores se mantinham silentes e resignados com a missão, outros ficavam tagarelas, extasiados com aquele momento.

Águas da Prata - Km 19

Mais uma transição seria feita, escolhemos um ponto estratégico para montar a estrutura de apoio da dupla Suor e Sangue - Equipe Bsb Parque.

Naquele ponto se somariam mais 8 Km, totalizando 19 Km na planilha de controle. Tudo transcorria dentro do esperado.
os paparazzi não davam descanso pra gente!!!
Base do Pico do Gavião - Km 32
Nos vemos no caminho!!!
A saudação "Nos vemos no caminho", pode ser percebida na imagem acima. Para que você possa entender essa filosofia, vou editar a foto e destacar o ambiente de camaradagem entre os atletas da Equipes Só Canelas (Brasília - DF) e a Equipe Bsb Parque (Brasília - DF).
Ornaldo Fer(a)nandes (Só Canelas) e Wilson Bomfim (Bsb Parque)
Coube ao guerreiro Wilson Bomfim chegar ao ponto de maior altimetria da prova, ou seja, o famoso Pico do Gavião, que fica a 1.663 metros acima do nível do mar.

Em palavras não consigo traduzir a magia de passar naquele local. Vou tentar por imagem


Bomfim no Pico do Gavião - 1663 metros de altitude
Retornamos à Base do Pico do Gavião sem maiores problemas, a temperatura estava confortável, não havia sinal de chuva e a dupla prosseguia adiante.

Andradas - Km 63

No caminho para Andradas, um pequeno riacho é transposto pelo carro de apoio. Os atletas passam por um pequeno desvio, evitando molhar o tênis.

Nosso revezamento era efetuado a cada 4 Km, ou seja, conseguíamos correr em ritmo confortável, sem muito desgaste e ainda ter tempo suficiente para hidratação, alimentação e descanso, repondo as energias dentro do carro de apoio.

Para você ter uma noção da dinâmica empregada, acompanhe a imagem abaixo.

A linha de tendência azul representa o pace do corredor e a linha de tendência verde a altimetria do terreno. No geral, o pace (parcial) era 06:52 min/km, o ganho de elevação de 1.682 metros e a perda de elevação igual a 1.130 metros.
Km 0 até Km 45.5
O relógio Garmin 405CX - começou a indicar que a bateria estava fraca, assim, no Km 45,5 - efetuamos a troca pelo Garmin 910XT, pois a intenção era mapear todo o percurso para demonstrá-lo neste relato.
Uma descida no meio do caminho!!!
Em decorrência da transição a cada 4 Km, fiquei com a responsabilidade de chegar à cidade de Andradas, enfrentando uma descida muito forte e depois o trânsito urbano da cidade. A atenção redobrou quando passamos por lá.

Pouco tempo depois, chegava a oportunidade do amigo Bomfim enfrentar o trânsito do local. A atenção continuava a mesma, era um olho no padre e outro na missa!!!

Dentro da normalidade passamos pelo local e pegamos novamente a estrada de terra.

Serra dos Lima - Km 77

Para chegarmos à Serra dos Lima enfrentamos longas subidas em estrada de terra batida e depois um trecho asfaltado que possui uma inclinação alucinante. Infelizmente não tenho imagens do trecho de asfalto.

Naquela altura do campeonato, o sol começava a mostrar suas garras. Era necessário muita hidratação para prosseguir na luta.
Parada estratégica para hidratação
Nas ocasiões em que estive correndo nesse horário, utilizei um boné que possui proteção para a parte da nuca e que cobre parte dos ombros.

Barra - Km 84

Após passarmos pela cidade de Barra, a chuva começou com pingos enormes, fiquei muito receoso pois o nosso carro de apoio era o Azulão, o Vectra do Bomfim.

Com muita habilidade e perspicácia nosso amigo João Costa passou por um trecho de subida muito escorregadio.

Posteriormente, ficamos sabendo que naquele local se formou um verdadeiro engarrafamento de veículos. A chuva havia aumentado e os carros de apoio não conseguiam prosseguir.

O resultado prático disto foi que os carros 4 x 4 (desejável para a equipe de apoio) passaram a auxiliar os veículos de tração simples. Mais um exemplo de companheirismo.
Nosso sonho de consumo para os próximos anos!!!
Crisólia - Km 99

O trecho até a cidade de Crisólia possui algumas subidas íngremes, mas nada comparado com Serra dos Lima, que já havia ficado para trás.



No computo geral, com muita fé, seguimos dentro do esperado. (desculpe o trocadilho)

Ao entardecer, João Costa, agora na função de cozinheiro chefe, aqueceu um pouco de água para que a dupla de corredores ingerisse alimento de fácil digestão e que necessariamente não fosse adocicado. Elegemos o famoso macarrão instantâneo. Que delícia!!!

Ouro Fino - Km 106

Minha chegada à Ouro Fino foi um pouco traumática, à minha frente o céu já estava muito escuro e à minha direita as nuvens disparavam raios e trovões um atrás do outro. Olha que esse ano é a segunda vez que passo por esse constrangimento. Vai ser azarado assim lá na (...)

Minha preocupação estava relacionada ao fato de estar portando aquelas lanternas de cabeça. Para meu alívio, a chuva começou e os raios cessaram, o dia se tornou noite.

Anoitecendo, não enxerguei as setas do caminho da fé, assim, em uma bifurcação da estrada, me perdi próximo à chegada da cidade de Ouro Fino, ainda bem que consegui ver o carro de apoio indo para o lado correto, todavia, como eles não me viram, acreditavam que eu estava mais à frente.

Nesse momento, passei pelo carro de apoio do Fábio e do Rodrigo, o veículo estava estacionado em frente a uma Pousada que auxilia os peregrinos no caminho da fé. Após a prova, fiquei sabendo que eles utilizaram aquelas instalações para uma ducha quente e uma rápida refeição.

Por intermináveis Kms, fui correndo e pensando: "vai chegar uma hora que minha equipe de apoio vai ter que voltar". Dito e feito, quando chegou a 6 Km de trecho, o carro de apoio chegou. Nesse momento a chuva começou a diminuir e logo a seguir parou totalmente.

Inconfidentes - Km 115

A noite trouxe na bagagem o frio, não hesitei, troquei todo o material molhado (bermuda, camisa e meias), a seguir, fiquei aguardando a chegada do Bomfim no ponto de transição.

Para minha surpresa enxerguei três pequenas luzes no meio da escuridão: Eram as lanternas de cabeça de Bomfim, Fábio e Rodrigo.
Rodrigo - nº 1148
Como eu havia previsto no início da postagem, por alguns poucos kms, verdadeiramente foi possível compartilhar o caminho da fé com aqueles dois gigantes.

Foi muito gratificante correr ao lado desses camaradas. Vida longa à Equipe Ultras do Cerrado!!!

Borda da Mata - Km 137

No caminho de Borda da Mata, sofri demais com a temperatura da madrugada. Não tinha jeito, ao descer do carro de apoio começava uma tremedeira doida. Por vezes coloquei a blusa do agasalho, todavia, quando começava a correr o corpo esquentava e logo começava a transpirar muito.

Igualmente, Wilson Bomfim iniciava seu trecho com a blusa do agasalho e assim que o corpo esquentava, ele a retirava, evitando a perda de líquido em excesso.

Tocos do Moji - Km 153

O cansaço vagarosamente tomava conta dos dois atletas e por via de resultado de nosso único integrante da equipe de apoio.

Houve um momento em que corri o trecho e ao chegar ao carro de apoio, percebi que ambos estavam dormindo (João Costa e Wilson Bomfim).

Para não perdermos tempo, acordei-os e falei que iria prosseguir um pouco, até que eles estivessem aptos para efetuar a transição.

Naquele momento, diante do cansaço optamos por reduzir o trecho de corrida de 4 para 3 Kms. Assim, na média, teríamos meia hora de descanso por meia hora de corrida.

Quando passamos por Tocos do Moji, havia uma equipe da organização da prova (suporte e controle), muito empolgada para aquela altura da prova.

Era madrugada quando fiquei sabendo da desistência do Capitão da Equipe Bsb Parque, Samuel Toledo, nº 1049, que estava em corrida solo. A princípio, próximo a cidade de Crisólia (99 Km) ele foi acometido de uma indisposição relacionada à digestão de alimentos. Uma pena, pois o camarada é gente finíssima, agregador, disciplinado e extremamente organizado.

Estiva - Km 175

O dia começava a amanhecer quando estávamos próximo à cidade de Estiva, havia uma tênue neblina. Utilizei a máquina fotográfica para registrar o momento.
Com o dia claro Wilson Bomfim passou pela passarela que passa sobre a Rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo. Naturalmente, o carro de apoio passou por um percurso diferente, utilizando um retorno mais adiante.

Faltava uma Maratona para concluirmos a Ultramaratona das Montanhas (42 Kms). Era pouco mais era muito!!!

Conferindo os gráficos de tendência (pace e altimetria), percebemos que a dupla diminuiu o ritmo entre os Km 45,5 e o Km 177,3.

Na prática o pace da dupla foi de 08:38 min/km, ganho de elevação de 3.750 metros, perda de elevação de 3.986 metros naquele segundo trecho.

Observem as curvas de tendência: azul (pace) e verde (altimetria)
Km 45.5 até o Km 177.3
Consolação - Km 195

Não sei se era o cansaço, mas daquele ponto em diante eu só enxergava subida e minhas forças exauriam vagarosamente. Comia alimentos e mais alimentos e o corpo continuava a dar sinal de fome e cansaço.

Só para se ter noção: em um curto espaço de tempo eu comi farofa com refrigerante, depois comi biscoitos de polvilho (salgado), quando parei novamente tomei água mineral e água de coco, não me conformando comi uma barra de proteína e nada disso resolveu.

Havia duas explicações plausíveis: 1) era o horário normal do almoço (próximo do meio dia) e 2) a quantidade de calorias gastas na atividade havia sido muito alta.

Me surpreendi, quando fui conferir no Garmin Connect a estimativa de calorias gastas ao longo da Ultramaratona das Montanhas.

Estima-se que juntos gastamos 14.140 calorias. A rigor, rateando para dois corredores, temos o gasto de 7.070 calorias no decorrer da prova.

Nesse trecho de 22 Kms, não havia competidores em nosso campo de visão, à frente ou atrás.

O ritmo diminuiu um pouco mais no final da prova. O terceiro e último gráfico de tendência apresentou os seguintes índices: pace 09:31 min/km, ganho de elevação 750 metros, perda de elevação 884 metros no terceiro intervalo.
Km 177.3 até o Km 217
Paraisópolis - Km 217

Às 13 horas e 07 minutos do sábado, dia 18 de janeiro de 2014, cruzamos a linha de chegada da Ultramaratona das Montanhas - BR 217, edição 2014. No resumo da Ópera: o ganho de elevação acumulado foi de 6.182 metros e a perda de elevação acumulada correspondeu a 5.900 metros.


*** Tempo de prova: 29:07:49 ***


Com a medalha no peito
Só o bagaço da laranja!!!
Quando cheguei em Guaíra/PR, na segunda feira, no final da tarde, recebi um beijo maravilhoso de minha esposa, que logo a seguir me fez uma pergunta, com um viés de extrema preocupação.

- Amor!!! porque você faz essas loucuras?

Respirei fundo, pensei por alguns instantes e didaticamente comecei uma explicação.

- Preta!!! imagina uma longa viagem, aonde você se despojará de algumas coisas ditas essenciais (controle remoto, tv por assinatura, telefone celular, microondas, computador, e outras e outras coisas).

- Imagina que nessa viagem, ora você estará sozinho (em absoluto silêncio) e ora cercado de pessoas (caladas, tagarelas, resignadas, comunicativas).

- Imagina agora, que naquele momento sozinho, nenhum outro pensamento habitará sua mente senão prosseguir adiante para concluir a sua missão.

- Imagina que naquele outro momento (cercado de pessoas), você enxergará como a sabedoria divina nos fez únicos e o quão importante são as pessoas à nossa volta.

- Imagina que tudo isso tenha sido fruto de um sonho antigo (ou quem sabe um sonho novo).

Fiz uma breve parada na explicação e soltei duas perguntas.

- Você tá acompanhando a minha explicação?

- Consegue perceber ou imaginar todas essas situações?

A resposta foi positiva.

- Pois então, eu não imaginei nada disso, eu vivi esses momentos mágicos.

- É indescritível a firmeza de propósito que enxerguei nos olhos de cada um dos que participaram da prova (sejam eles equipe de apoio, pacers ou atletas).

- É claro que existiram momentos de muita solidão onde enxerguei o quanto pequenos somos frente a uma natureza exuberante e soberana.

- É assim que me sinto agora.

- É maravilhoso sonhar e depois concretizar o sonho.
Camisa Finisher, Medalha e Bastão (Sonho realizado).
A propósito, que tal a gente acompanhar um vídeo que fala sobre "esses loucos que correm" e que foi postado em 2012, por Valéria Leal.


Quanto aos resultados da prova, consta na página oficial da BR 135 que:

A Equipe do Instituto Jaqueline Terto, ficou na 1ª colocação geral e na 1ª colocação da categoria quarteto - (16:29:30).

Estabelecendo novo recorde para a categoria solo, o atleta Oraldo Romualdo foi o 1º colocado na categoria solo e 14ª na colocação geral - (24:41:30).

Para muitos foi uma agradável surpresa ver um novo Campeão. Para aqueles que já o conheciam, era fato que ele reunia os pré-requisitos para uma estréia triunfal.

Em passado recente, recordo-me de dois excelentes resultados que por si só, já o credenciava a uma boa colocação, ou seja, ele havia vencido 02 provas que foram realizadas no Estado de São Paulo pela Ultra Runners Eventos, quais sejam: 50 Milhas de Morungaba, percurso de montanhas (80 Km em 08:51:21) e Day Night Run - 12 Horas, em Valinhos, percurso de terra, quase plano e dentro do parque da cidade (121,9 Km).

A Equipe Dri e Coruja foi a 1ª na categoria dupla e 11ª na colocação geral - (23:41:20).

A Equipe Ultras do Cerrado foi a 1ª na categoria trio e 4ª na colocação geral(18:52:30).

Nossa dupla Suor e Sangue - Equipe Bsb Parque, terminou na 5ª colocação na categoria duplas (TOP FIVE) e 25ª colocação na categoria geral - (29:07:49).

Nos vemos no caminho!!!

Dionisio Silvestre


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Seção eu estava lá!!!

Quem sabe o nosso fotógrafo de plantão, João Costa, capturou uma imagem sua!!! Clique na primeira imagem para ampliar!!!






Ornaldo Fernandes e Pedro Ivo
Wilson Bomfim





Hotel Mansão dos Nobres - São João da Boa Vista
Hotel Mansão dos Nobres - São João da Boa Vista



Lucas e Ari
Lucas e Ari

Terry Sentinella, Seatle, USA









Oraldo Romualdo e Carlos Gusmão












Jorge Cerqueira






Ornaldo Fernandes